Professor Doutor Silvério

Blog: "Comportamento Crítico"

Professor Doutor Silvério

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)

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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Introdução ao Idealismo Alemão

 

Por: Silvério da Costa Oliveira.

 

Idealismo Alemão

 

O termo “idealismo” foi aplicado em filosofia a diversos autores. Para alguns o idealismo começa com Platão com o mundo das ideias e prossegue. Para outros, cabe a Agostinho de Hipo ser considerado o primeiro idealista moderno, cuja obra teria influenciado muitos outros filósofos na Idade Moderna. Mas há quem defenda o idealismo ali presente em Descartes, Malebranche e outros autores do Racionalismo continental, em oposição ao Empirismo britânico, com exceção, claro está, do filósofo empirista britânico Berkeley, para quem não seria possível negar o idealismo. Em Kant temos uma forma de idealismo, mas este mantém a coisa em si, o númeno, que faz que ele possa ser entendido como um realista moderado, daí o seu Idealismo Transcendental ser diferente em essência do Idealismo Alemão que mais tarde veremos em autores que irão considerar o númeno algo supérfluo e inútil e o retiraram de suas filosofias, como tal é o caso de Fichte, Schelling, Schleiermacher e Hegel, dos quais iremos tratar aqui. Estes, e outros autores, se afastam do Idealismo Transcendental de Kant, dentre outros motivos, temos que Kant é um filósofo mergulhado na cultura proveniente do Iluminismo, enquanto estes outros filósofos já pertencem a um novo movimento, o Romantismo.

O pensamento de Kant está vinculado a linha histórica de três grandes movimentos: o Racionalismo (Descartes, Malebranche, Spinoza, Leibniz, Wolf), o Empirismo (Bacon, Hobbes, Locke, Berkeley, Hume) e o desenvolvimento da Ciência Moderna (Copérnico, Galileu Galilei, Tycho Brahe, Kepler, Newton). Já o pensamento desenvolvido pelos filósofos do Idealismo Alemão encontra suas origens em Spinoza e também em um eco das religiões orientais, em particular da Índia (Hinduísmo, Budismo, etc.), ao considerar a multiplicidade e individualidade como mera ilusão e buscar abarcar um todo, uma unidade, que englobaria a tudo.


 

É errado considerar Kant como um membro do movimento Idealismo Alemão, este movimento começa com Fichte e não com Kant. Ao nos referirmos a Kant é mais correto designar seu trabalho como sendo o Idealismo Transcendental. O Idealismo Transcendental de Kant é muito diferente do Idealismo Alemão, possuindo vinculações históricas filosóficas distintas e conceitos filosóficos que os diferenciam e muito como duas formas distintas de filosofar. Não considero ser correto o julgamento de valor de considerar uma filosofia como a evolução, desenvolvimento e aperfeiçoamento da outra. Não é por uma ser posterior no tempo histórico que isto vem a torna-la superior, melhor ou mais desenvolvida que a outra, tal julgamento de valor não é apropriado para ser exercido por um filósofo. Também entendo ser errado entender Hegel como sinônimo de Idealismo Alemão ou como a culminância deste movimento. Há outros relevantes membros do Idealismo Alemão que possuem contribuições significativas ao movimento e considerar somente Hegel tende unicamente a demonstrar por parte do comentador uma equivocada tendência ideológica voltada para um suposto desenvolvimento ou evolução que se direciona para os escritos de Marx.

O Idealismo Alemão surge ao final do Iluminismo e conjuntamente com outros movimentos com os quais se relaciona, havendo um cruzamento de ideias e valores, bem como, contato por vezes pessoal ou por leituras, entre os diversos integrantes da intelectualidade alemã que transitava entre o anti-Iluminismo, o Romantismo e o Idealismo Alemão. Alguns comentadores chamam os filósofos do Idealismo Alemão de “Pós-Kantianos”.

O foco principal de disseminação do Idealismo Alemão se deu nas universidades de Jena e Berlim, onde seus principais representantes marcaram sua presença e ali lecionaram. Fichte foi professor em Jena e Berlim, Schelling e Hegel foram alunos na universidade de Jena e ali se conheceram, posteriormente ambos foram cada qual a sua vez, professores nas universidades de Jena e Berlim.

Podemos considerar que o primeiro filósofo do Idealismo Alemão é Fichte (1762-1814) e que este movimento filosófico começa na década de 1790 com o início do reconhecimento e notoriedade deste filósofo. Fichte se torna conhecido no meio intelectual alemão em 1792 ao ter sido um livro por ele escrito confundido com uma nova obra de Kant. Refiro-me ao trabalho “Ensaio de uma crítica de toda a Revelação”, mas é somente no ano de 1794 que Fichte publica o que seria até aquele momento, a sua principal obra no sentido de expor o seu pensamento original, se afastando do pensamento de Kant, o livro: “Fundamentos de toda a doutrina da ciência”. Este pode ser considerado o marco inicial do Idealismo Alemão, já o final fica menos nítido, uma vez que mesmo após a morte de Hegel (1770-1831) seu pensamento continuou a repercutir em toda a Europa. Schelling (1775-1854), o segundo autor do Idealismo Alemão, vindo logo após Fichte, teve uma vida longa e veio a ocupar a cátedra de Hegel em Berlim quando este falece, mas neste momento de sua vida já está no que se convencionou chamar de terceira fase de seu pensamento (fase da filosofia positiva negativa e crítica a Hegel), na qual tende a se afastar das bases do Idealismo Alemão. Diria, portanto, que o Idealismo Alemão no geral vai da década de 1790, final do século XVIII, até o final da primeira metade do século XIX, apesar de continuar ainda a ter representantes e repercussão no pensamento Europeu.

O Idealismo Alemão há de se caracterizar por buscar desenvolver uma filosofia onde temos a total identidade entre o sujeito e o objeto, pela valorização da consciência e também da natureza, por uma tentativa de superar o dualismo. O conceito de Geist (em alemão), pode ser traduzido por consciência, mente ou Espírito, e é fundamental na filosofia do Idealismo Alemão em sua busca por um monismo. Muito importante é a ideia de “absoluto” e como tal ideia se desenvolve nos diversos pensadores que compõem o movimento. Kant, com seu Idealismo Transcendental, exerce forte influência em Fichte e nos demais membros do Idealismo Alemão, mas estes mudam o pensamento kantiano ao não aceitar a ideia da coisa em si ou númeno, buscando a criação de uma filosofia sem tal dualismo entre sujeito e objeto. Muito presente também é Spinoza, quando este une a Deus à natureza em sua filosofia. Outras influências podem ser encontradas em Mestre Eckhart, Pseudo-Dionísio o areopagita e também em São João da Cruz.

No Idealismo Alemão, temos em Fichte e mais tarde também em Hegel e mesmo Schelling, um desenvolvimento todo particular da dialética. Uma dialética apresentada em cinco estágios na obra de Fichte. Já em três estágios na obra de Hegel, buscando, neste autor, uma superação das afirmações iniciais (tese e antítese, como didaticamente se convencionou chamar, em uma nova afirmação, a síntese). Ou mesmo a integração, e não superação das fases iniciais, presentes em Schelling em sua filosofia positiva negativa e crítica a Hegel, sua terceira fase filosófica.

 

Silvério da Costa Oliveira.

 


 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

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