Professor Doutor Silvério

Blog: "Comportamento Crítico"

Professor Doutor Silvério

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)

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quarta-feira, 31 de março de 2021

Copérnico (1) * O heliocentrismo e a revolução copernicana


 

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Nicolau Copérnico é importante não somente para a física e astronomia, bem como para o desenvolvimento de sistemas filosóficos que fizeram uso, se inspiraram ou defenderam abertamente suas ideias. O desenvolvimento das ciências modernas é fruto do trabalho de diversos atores, mas teve um marco decisivo na assim chamada revolução copernicana, que faz uma referência ao trabalho e obra escrita de Copérnico. Sua principal obra é “De revolutionibus orbium caelestium” (Sobre as revoluções das esferas celestes). No livro impresso não há uma referência a Aristarco de Samos e o novo sistema é apresentado como uma hipótese, mas a supressão de Aristarco e a apresentação como hipótese foi uma modificação feita pela pessoa que organizou a impressão do livro, o teólogo luterano Andrés Osiander. Copérnico nesta obra se propõe a substituir o modelo astronômico de Ptolomeu por um modelo heliocêntrico. Copérnico chegou à concepção de seu sistema heliocêntrico por meio de cálculos matemáticos e da observação dos astros a olho nu (Mesmo que Copérnico tenha feito uso de alguns instrumentos, o telescópio só passa a ser usado a partir de Galileu Galilei). Para entendermos o pensamento e obra de Copérnico é necessário ter em mente que este foi vital para a elaboração subsequente da física e astronomia por meio dos trabalhos posteriores de Galileu Galilei, Tycho Brahe, Johannes Kepler e Isaac Newton, bem como, teve forte influência na obra filosófica de vários autores, dentre os quais Giordano Bruno.

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domingo, 28 de março de 2021

Copérnico: A revolução copernicana

 Por: Silvério da Costa Oliveira.

 Nicolau Copérnico (1473-1543) é com certeza deveras importante não somente para a historiografia da física e astronomia, bem como para o desenvolvimento de sistemas filosóficos distintos que fizeram uso, se inspiraram ou defenderam abertamente suas ideias. O desenvolvimento das ciências modernas é fruto do trabalho de diversos atores, mas teve um marco decisivo na assim chamada revolução copernicana, que faz uma referência ao trabalho e obra escrita de Copérnico, pois, mesmo que este não estivesse vivo para defender e propagar suas ideias e teoria, seu pensamento encontrou acolhida em diversos pensadores que deram prosseguimento e desenvolvimento as mesmas, levando por vezes a consequências já presentes na teoria de Copérnico, mesmo que este sequer tivesse se dado conta das mesmas.

Copérnico (Nicolaus Copernicus, versão latinizada – Niklas Koppernigk, versão polaca) nasceu na Polônia em 19 de fevereiro de 1473 e veio a falecer em 24 de maio de 1543 aos 70 anos de idade. Seguiu vida religiosa dentro da Igreja Católica Apostólica Romana, vindo a se doutorar em direito canônico além de também cursar medicina. Teve oportunidade de organizar para si uma grande biblioteca para os padrões da época e também um observatório. Ao que parece, a ideia de seu sistema astronômico tem início já em 1506 e sua principal obra na qual expõe tal sistema ficou pronta em 1530, apesar de só ser publicada no ano de sua morte, em 1543, a impressão terminou, em verdade, pouco antes de seu falecimento. Estou aqui me referindo ao livro “De revolutionibus orbium caelestium” (Sobre as revoluções das esferas celestes). No livro impresso não há uma referência a Aristarco de Samos e o novo sistema é apresentado como uma hipótese, mas a supressão de Aristarco e a apresentação como hipótese foi uma modificação feita pela pessoa que organizou a impressão do livro, o teólogo luterano Andrés Osiander. Copérnico havia feito referência a Aristarco e não via o seu novo sistema como uma hipótese e sim como a realidade dos fatos.


 Copérnico nesta obra se propõe a substituir o modelo astronômico de Ptolomeu por um modelo heliocêntrico. Para entendermos melhor, no sistema de Ptolomeu a Terra é colocada no centro do universo, daí chamar-se a este sistema de geocêntrico, já no sistema de Copérnico o sol é colocado no centro do universo (próximo ao centro), daí chamar-se de heliocêntrico. No sistema de Ptolomeu a Terra está no Centro e o sol e demais astros giram ao redor da Terra. Já no sistema de Copérnico o sol está no centro e a Terra e demais astros giram ao redor do sol. O sistema proposto por Copérnico simplificava cálculos (este ponto quanto à simplificação de cálculos é deveras polêmico entre os comentadores e estudiosos da obra de Copérnico) e resolvia dificuldades oriundas do sistema de Ptolomeu, de modo que a proposta de Copérnico foi vista no futuro como a “revolução copernicana” (deve-se ter em mente que apesar de se usar o nome de Copérnico para marcar tal revolução, a mesma não seria possível sem a participação ativa de muitos outros personagens).

No sistema copernicano as órbitas dos planetas ocorrem em movimentos circulares, somente com Kepler passaremos a ter o entendimento de que as órbitas seriam elípticas, ou seja, apesar da simplificação nos cálculos (como já mencionei, trata-se de algo polêmico) se comparado ao sistema de Ptolomeu e de resolver diversas dificuldades oriundas do mesmo, o sistema de Copérnico também possuía suas falhas e gerava, portanto, outras dificuldades. No sistema de Copérnico a Terra levaria um ano para dar uma volta completa ao sol e um dia para rotacionar a si própria. A cada novo ano uma órbita completa ao redor do sol fixo e a cada dia o giro em torno de seu eixo. Segundo proposto por Copérnico, a Terra tem três movimentos, a saber: A volta ao redor do sol que dura um ano, a inclinação de seu eixo que nos fornece as estações do ano e a rotação diária sobre seu próprio eixo que proporciona a alternância entre o dia e a noite. Copérnico chegou à concepção de seu sistema heliocêntrico por meio de cálculos matemáticos e da observação dos astros a olho nu (Mesmo que Copérnico tenha feito uso de alguns instrumentos, o telescópio só passa a ser usado a partir de Galileu Galilei).

Para entendermos o pensamento e obra de Copérnico é necessário ter em mente que este foi vital para a elaboração subsequente da física e astronomia por meio dos trabalhos posteriores de Galileu Galilei, Tycho Brahe, Johannes Kepler e Isaac Newton. Foi o trabalho anterior de Copérnico que permitiu estes desenvolvimentos posteriores, bem como, teve forte influência na obra filosófica de vários autores, dentre os quais Giordano Bruno, que acabou condenado a morte em uma fogueira por aprimorar e defender as ideias de Copérnico. No entanto, Copérnico não é o primeiro ou o único a defender e o heliocentrismo até aquele momento, há outros, inclusive na antiguidade clássica, que defendiam algo semelhante ao proposto por Copérnico, cabe a ele, no entanto, colocar tal defesa dentro de um rigoroso modelo matemático.

Até hoje o que aparentemente vemos quando observamos atentamente e o que dizemos para as demais pessoas é que o sol nasce a leste e se põe a oeste, seguido da lua e das estrelas. Ora, do nosso ponto de vista esta observação pode estar certa, do mesmo modo que se pode afirmar que a Terra é plana e imóvel e ainda há quem defenda tal tese. Apesar de no sistema de Ptolomeu e Aristóteles ser prevista a esfericidade da Terra, na prática a adoção de tal sistema durante a Idade Média trazia conjuntamente a ideia de uma Terra plana, imóvel e no centro de um universo finito. Coube a Copérnico redescobrir o que outros antes dele e mesmo na antiguidade clássica já suspeitavam e defendiam, que não é a Terra o centro e sim o sol. Isto retira não somente a Terra do centro de um universo finito, como abre a possibilidade para se questionar a Bíblia, pois nela há relatos coerentes com uma Terra imóvel tendo os demais astros a girar ao seu redor. Também retira o ser humano do centro do universo criado por Deus, pois, se nós estamos na Terra e esta não está no centro do universo, então nós, a criação divina, não nos encontramos no centro do universo. Quebra-se de uma só vez a ideia do heliocentrismo e também do antropocentrismo. Abrindo espaço para posteriormente um Giordano Bruno concluir que o universo é infinito e que em outros planetas haveria seres vivos e inteligentes. Apesar de no início as teorias de Copérnico não serem vistas como prejudiciais à Igreja, não tardou muito para conseguirem adversários dentro da cristandade. Mesmo Lutero se manifestou contrário a tais ideias e a Igreja Católica acrescentou o livro de Copérnico a lista dos livros proibidos (em 1619), o que só foi retirado no ano de 1835 (nos comentadores não há um pleno consenso quanto ao ano de entrada e de saída do livro de Copérnico do Index dos livros proibidos), já no século XIX.

Foi também no século XIX, em 1838, que o astrônomo Friedrich Bessel conseguiu pela primeira vez na história da humanidade medir com êxito a paralaxe estelar usando como instrumento um heliômetro. O que prova a veracidade da teoria heliocêntrica. A paralaxe é o movimento aparente de algo quando observado de ângulos diferentes e se a Terra se movesse ao redor do sol, a cada seis meses teríamos a mesma em uma posição oposta e extrema a que estava seis meses antes, de modo que as estrelas deveriam ser percebidas tendo se movido em virtude do ângulo de observação. Ocorre que quanto maior a distância, menor a paralaxe observável e pela enorme distância da Terra até as estrelas, seria muito pequena esta variação. Alguns estudiosos negavam a teoria heliocêntrica em virtude da enorme distância que deveria haver entre a Terra e as estrelas para que o heliocentrismo fosse verdadeiro e a paralaxe não fosse observável, eles acreditavam que esta distância era absurda.

Copérnico apresenta uma tentativa de simplificação do sistema de Ptolomeu, se bem que entre os principais estudiosos e comentaristas de sua obra haja um debate até que ponto tal tentativa de simplificação de cálculos e necessidade de uma quantidade maior ou menor de círculos (epiciclos) para explicar a órbita dos planetas, tenha ou não sido de fato efetivada ou tenha ficado somente na intenção. De fato, ambos os sistemas, de Ptolomeu e Copérnico, fazem uso de diversos círculos e cálculos matemáticos sofisticados, além disto, devemos mencionar que apesar de se dizer comumente que a Terra é o centro do universo em Ptolomeu e o sol em Copérnico e que cada qual estaria imóvel dentro do sistema correspondente, a verdade é que para ambos os sistemas o centro não se encontra seja na Terra ou no sol e sim em um ponto próximo.

A teoria de Copérnico leva algumas vantagens sobre a teoria anterior, proposta por Ptolomeu, e tomando por base esta separação entre as duas teorias percebemos uma busca de aperfeiçoamento presente na apresentação da teoria e nas definições científicas ali propostas, o que tem como objetivo uma tentativa clara de adequar aquilo que é observado com o que é proposto para explicar. Deste modo, mesmo que não se consiga, como alguns argumentam, houve uma real tentativa de simplificação do modelo anterior e o modelo apresentado por Copérnico tende a apresentar-se de um modo mais elegante. Estas características mencionadas estão presentes no desenvolvimento das ciências no desenrolar da história.

Copérnico foi de suma importância, sua teoria nos apresenta uma nova forma de entendermos não somente o universo, mas também nossa posição dentro do mesmo. A retirada da Terra do centro foi também a retirada do humano do centro do universo. Propor que todos os planetas estavam em movimento ao redor do sol e que este sistema estava a uma distância enorme das estrelas no firmamento dentro de um universo finito, abre espaço para pensarmos que este mesmo universo seja não finito, mas infinito e que possa haver outros planetas com vida inteligente além do nosso. Abre espaço também para o questionamento de diversos valores baseados nos ensinamentos da Igreja e dos ditos textos sagrados. Ou seja, o potencial revolucionário do trabalho de Copérnico vai muito além da astronomia e matemática. Para se entender o desenvolvimento do pensamento filosófico entre os séculos XVI e XVIII é necessário entender a revolução copernicana e a ciência moderna que ali começava a se descortinar e desenvolver gradativamente até o pensamento de Isaac Newton.

 Silvério da Costa Oliveira.

 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

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quarta-feira, 24 de março de 2021

Ciência Moderna (1) * A revolução científica

 


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O desenvolvimento do método científico e consequentemente da ciência moderna é algo que ocorre entre os séculos XVI e XVIII e tem como principais expoentes a Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Tycho Brahe, Johannes Kepler e Isaac Newton. O mundo estava em mudança rápida e vertiginosa, verdades tidas como eternas por tão longevas que já eram, simplesmente caíram em desgraça. O que é a verdade e como obtê-la afinal de contas? O que pode garantir que as novas verdades que irei aceitar não se mostrarão no futuro tão falsas como as que a humanidade manteve até este ponto? Esta é a dúvida do humano desta época, e por bons motivos. Ora, havia uma única religião na Europa ocidental, agora temos a separação protestante. Havia somente as pessoas residentes na Europa, África, Ásia e oriente, agora temos outras pessoas vivendo em lugares antes desconhecidos e que não constam da Bíblia. A Terra estava imóvel no centro do Universo e agora o centro passa a ser o sol e a terra gira ao seu redor. Verdades aceitas durante séculos caem por terra. Havia uma única e sólida verdade e agora há vários candidatos ao que seja esta verdade nos mais distintos campos do saber. No continente europeu surgiu um movimento de busca do conhecimento verdadeiro por meio do emprego da razão como seu maior instrumento, o Racionalismo. Tivemos na Inglaterra e Reino Unido o surgimento do Empirismo, priorizando o fato empírico, as percepções e a observação. Com destaque merecido para René Descartes no Racionalismo e Francis Bacon no Empirismo. Por sua vez, tivemos também o surgimento do método científico moderno, como uma proposta que irá aos poucos se consolidar somando observações dos fatos, elaboração de experimentos artificiais para aumento do controle sobre o que está sendo observado, uso intensivo da matemática para demonstrações e previsões. Dentro desta proposta temos presente a meta de formular teorias e construir um modelo teórico de explicação da realidade. Esta revolução começa com o estudo na área da astronomia por meio dos trabalhos de Copérnico, Tycho Brahe e Galileu e aos poucos passa a englobar a física e matemática. Com Newton passamos a ter as leis sobre o movimento e também sobre a gravitação universal, explicando e demonstrando matematicamente não somente o movimento em elipse dos planetas proposto por Kepler, dentro do modelo heliocêntrico proposto por Copérnico e defendido por Galileu, mas também todo e qualquer movimento ocorrido aqui em nosso planeta Terra. Temos também estudos e polêmicas quanto a natureza da luz, se corpuscular (Newton) ou ondulatória (Hook), além de outros estudos, pesquisas e desenvolvimentos em diversos outros campos distintos do saber. O método que hoje ainda usamos em ciência é o método de Galileu Galilei. O método hipotético dedutivo. Diante da observação do mundo e das possíveis questões que este levanta, formulamos uma hipótese, ou seja, a solução provisória de um problema. Em seguida se organiza um experimento controlado para evitar variáveis que possam influenciar o resultado e apontar para um falso resultado. Se dá um tratamento matemático, procurando por tal meio demonstrar matematicamente e prever acontecimentos. Com Kepler e Newton passamos a falar em “leis” sempre válidas diante de certas condições.

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"O início da ciência moderna".

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domingo, 21 de março de 2021

O início da ciência moderna

  Por: Silvério da Costa Oliveira.

 O desenvolvimento do método científico e consequentemente da ciência moderna é algo que ocorre entre os séculos XVI e XVIII e tem como principais expoentes a Nicolau Copérnico (1473-1543), Galileu Galilei (1564-1642), Tycho Brahe (1546-1601), Johannes Kepler (1571-1630) e Isaac Newton (1643-1727).

O mundo estava em mudança rápida e vertiginosa, verdades tidas como eternas por tão longevas que já eram, simplesmente caíram em desgraça. O que é a verdade e como obtê-la afinal de contas? O que pode garantir que as novas verdades que irei aceitar não se mostrarão no futuro tão falsas como as que a humanidade manteve até este ponto? Esta é a dúvida do humano desta época, e por bons motivos.

Em 1492 Cristóvão Colombo descobre um novo continente, a América, novos povos, novas culturas; de 1519 a 1522 Fernão de Magalhães faz a primeira viagem naval de circunavegação ao globo terrestre; em 1517 Martinho Lutero publica na porta da igreja suas 95 teses dando início à reforma protestante e a ruptura com a Igreja Católica Apostólica Romana, criando uma divisão religiosa na Europa que depois ainda iria se ampliar a partir de outros reformadores e eventos ruptivos, tal como João Calvino (1509-1564) com o assim chamado Calvinismo, e também a separação definitiva da Igreja Anglicana da Igreja Católica Apostólica Romana pelo Ato de Supremacia aprovado pelo parlamento da Inglaterra em 1534; acrescente-se que no ano de sua morte (1543), Copérnico publica seu livro “Sobre as revoluções das esferas celestes” afirmando não ser a Terra o centro do universo e sim o sol e que a Terra não estava imóvel e sim, que se movia.


 

Entre os séculos XIV e XVI temos o Renascimento, em particular na Itália, surgindo obras clássicas de filósofos antigos e os mais distintos saberes que irão reformular todo o entendimento sobre as artes e ciências, sobre o mundo acadêmico, sobre tudo o que era conhecido e estudado.

Ora, havia uma única religião na Europa ocidental, agora temos a separação protestante. Havia somente as pessoas residentes na Europa, África, Ásia e oriente, agora temos outras pessoas vivendo em lugares antes desconhecidos e que não constam da Bíblia. A Terra estava imóvel no centro do Universo e agora o centro passa a ser o sol e a terra gira ao seu redor. Verdades aceitas durante séculos caem por terra. Havia uma única e sólida verdade e agora há vários candidatos ao que seja esta verdade nos mais distintos campos do saber.

Diante de tantas mudanças o Europeu precisava não somente encontrar a verdade, mas um método que o permitisse chegar a algo que não se mostrasse no futuro também como falso. Deste modo surgiram naturalmente três propostas, três abordagens distintas para se buscar a verdade, o conhecimento, o saber. No continente europeu surgiu um movimento de busca do conhecimento verdadeiro por meio do emprego da razão como seu maior instrumento, o Racionalismo. Tivemos na Inglaterra e Reino Unido o surgimento do Empirismo, priorizando o fato empírico, as percepções e a observação. Com destaque merecido para René Descartes no Racionalismo e Francis Bacon no Empirismo. Por sua vez, tivemos também o surgimento do método científico moderno, como uma proposta que irá aos poucos se consolidar somando observações dos fatos, elaboração de experimentos artificiais para aumento do controle sobre o que está sendo observado, uso intensivo da matemática para demonstrações e previsões. Dentro desta proposta temos presente a meta de formular teorias e construir um modelo teórico de explicação da realidade.

Infelizmente, esta nova ciência que surge, este novo método de busca do saber, deixa de lado o que não se encaixa em demonstrações matemáticas ou em experimentos controlados. Não havendo como efetuar uma observação rigorosa dos fatos, formular e demonstrar a validade de hipóteses, não caberia a discussão de certos temas por não se encaixarem na metodologia proposta. Enquanto para os filósofos de outras abordagens questões tais como as oriundas da religião, da moral e da ética tiveram sempre um lugar de destaque, o mesmo tende a não ocorrer com a elaboração do método científico e o surgimento da ciência moderna. Mas este vácuo na metodologia e na disciplina científica será compensado diante do fator humano, pois este há de encontrar algo outro e distinto para preencher esta lacuna em sua vida, veremos que a vida dos fundadores desta nova ciência não segue em seu particular as linhas gerais de seu trabalho e por vezes encontra acolhida em doutrinas outras, nada científicas.

A partir do século XIV e com o início do Renascimento na Itália, começa gradativamente uma ruptura com a Igreja enquanto detentora do saber e da autoridade. Se antes o centro de toda a cultura era Deus, a Bíblia e a religião cristã, agora o foco principal muda para o ser humano.  Esta tentativa de separação e emancipação do humano da Igreja irá se manifestar não somente pelos estudos filosóficos e científicos e por toda a literatura antiga que era re-descoberta e estudada, mas também por uma volta ao oculto, ao ocultismo, a magia, a cabala, a astrologia, a alquimia. Muitos dos estudiosos e grandes expoentes da filosofia natural, da ciência moderna, desta assim chamada revolução científica, tiveram interesse ativo por tais áreas do oculto. Copérnico, Tycho Brahe e Kepler também eram astrólogos e faziam previsões e horóscopo. Newton estudava a fundo teologia, fazia leituras e estudos aprofundados da Bíblia, realizava também experimentos em alquimia, o que o colocava dentro do mundo do ocultismo. Galileu era sinceramente católico. Isto era normal a todos estes personagens e outros mais nesta época histórica. Futuramente houve intenção por parte de terceiros em esconder este lado não tão científico. Escritos de Newton sobre alquimia e teologia foram ignorados e descartados. Somente a partir do começo do século XX é que estes escritos esotéricos de Newton começaram a serem vistos a partir de sua real importância e começaram a ser resgatados do anonimato, proporcionando uma nova abordagem e entendimento deste pensador.

Esta revolução começa com o estudo na área da astronomia por meio dos trabalhos de Copérnico, Tycho Brahe e Galileu e aos poucos passa a englobar a física e matemática. Com Newton passamos a ter as leis sobre o movimento e também sobre a gravitação universal, explicando e demonstrando matematicamente não somente o movimento em elipse dos planetas proposto por Kepler, dentro do modelo heliocêntrico proposto por Copérnico e defendido por Galileu, mas também todo e qualquer movimento ocorrido aqui em nosso planeta Terra. Temos também estudos e polêmicas quanto a natureza da luz, se corpuscular (Newton) ou ondulatória (Hook), além de outros estudos, pesquisas e desenvolvimentos em diversos outros campos distintos do saber.

O método que hoje ainda usamos em ciência é o método de Galileu Galilei. O método hipotético dedutivo. Diante da observação do mundo e das possíveis questões que este levanta, formulamos uma hipótese, ou seja, a solução provisória de um problema. Em seguida se organiza um experimento controlado para evitar variáveis que possam influenciar o resultado e apontar para um falso resultado. Se dá um tratamento matemático, procurando por tal meio demonstrar matematicamente e prever acontecimentos. Com Kepler e Newton passamos a falar em “leis” sempre válidas diante de certas condições.

Observar, formular hipóteses, testar as hipóteses em condições de um experimento controlado medindo todos os fatores possíveis, usar da matemática para demonstrar e prever a ocorrência dos fenômenos observados, buscar aplicações para as descobertas, formular leis imutáveis. Enfim, ter um conhecimento que pode passar a prova da realidade, que não se vincula às crenças ou à autoridade seja de quem ou do que for, um conhecimento no qual não preciso acreditar, pois posso observar, mensurar, testar, comprovar ou tentar falsear (Popper). Esta abordagem proporcionou um enorme avanço para a sociedade e humanidade, que passou cada vez mais a ser uma sociedade tecnológica e cujos instrumentos criados influenciam nas observações e estudos dos fatos, como no caso de Galileu, cujas pesquisas envolveram a elaboração do telescópio e do plano inclinado.

 Silvério da Costa Oliveira.

 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

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quarta-feira, 17 de março de 2021

David Hume (2) * Filosofia, Empirismo, conhecimento e ceticismo em Hume

 


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David Hume, dentre seus principais livros podemos citar “Tratado da natureza humana”, “Investigação sobre o entendimento humano”, “Investigação sobre os princípios da moral”, “Ensaios, moral, político e literário”, “Diálogos sobre a religião natural”, “História da Inglaterra”, (quando da publicação se chamava “História da Grã-Bretanha”. Posteriormente mudando o título para “História da Inglaterra da invasão de Júlio César até a revolução gloriosa de 1688”). A ontologia presente ao sistema filosófico empirista de Hume se baseia unicamente na percepção, a qual por sua vez se divide em duas classes: as impressões e as ideias. As primeiras se dão quando diante do objeto e são bem mais vívidas, já as segundas se dão na ausência do objeto, como se lembranças deste fossem. Hume deve ser entendido como empirista, pois, segundo este, todos os nossos conceitos devem ser fundados na experiência. Hume há de negar a existência de ideias inatas e afirmar que todo o nosso conhecimento provém da percepção e experiência. Nosso conhecimento é obtido primeiramente pela percepção, pela qual obtemos impressões que virão a formar ideias simples que uma vez agrupadas virão a formar ideias complexas. Claro que podemos ter impressões simples e complexas (por exemplo: quando olhamos de longe toda uma cidade ou quando observamos o amanhecer de um belo dia de sol no campo) de acordo com o objeto diante de nós e que impressões complexas irão originar ideias também complexas. A agrupação de ideias não se dá de modo fortuito, segue regras que determinam a atração existente entre as mesmas, deste modo podemos falar que a associação de ideias se dá por três regras ou princípios, a saber: por semelhança ou dessemelhança, por proximidade no tempo e espaço, e por relação de causa e efeito. Hume faz uma crítica a toda filosofia ou teologia dogmática, baseada em verdades não confirmadas e inquestionáveis. Critica também de modo destrutivo as ideias de “eu”, “Deus” e “substância”, pois, não são ideias simples e sim complexas, mas como todas as ideias, oriundas da percepção. Por mais que pesquisemos não encontramos uma impressão de “eu” ou de “Deus” ou de “substância”, são ideias sem uma impressão correspondente e não são ideias simples e sim complexas, onde temos o somatório de várias ideias distintas. No caso da ideia de “eu” não há sequer uma constância e permanência das ideias que somadas irão formar este “eu”. Temos um feixe de ideias impermanentes. Também apresenta crítica a ideia de causa e efeito, pois, segundo Hume nós não percebemos este momento onde algo se faça causa de algum efeito e sim uma sucessão de percepções no tempo e espaço. Ele nega uma validade ontológica para a causalidade, vendo na mesma somente a presença de aspectos psicológicos e empíricos, ou seja, pela repetição da experiência da sucessão de dado fato após a ocorrência de algo passamos a acreditar que o mesmo deverá continuar a ocorrer no futuro, que o futuro será igual ao passado.

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