Por: Silvério da Costa Oliveira.
Bernard Fontenelle
Bernard le Bovier (ou Bouyer) de Fontenelle (1657-1757) nasce (11 de fevereiro de 1657) em Rouen (noroeste da França) e falece (9 de janeiro de 1757) em Paris, França, aos 99 anos de idade e faltando apenas 1 mês para completar os 100. É Sobrinho (sua mãe, Marthe Corneille, era irmã) dos acadêmicos e dramaturgos franceses Pierre e Thomas Corneille. Seu pai François le Bovier de Fontenelle era advogado e atuava na província de Rouen. Fontenelle faz parte do movimento do Iluminismo na França.
Estudou em um colégio jesuíta e foi secretário perpétuo da Academia de Ciências (Académie des Sciences). Em 1691 ingressou na Academia Francesa e a partir de 1697 passou a secretário permanente da ciência. Bernard Fontenelle é um cientista francês e homem de Letras. Seus interesses o fazem dramaturgo, poeta, filósofo, matemático, advogado, astrônomo e estudioso da religião. Foi membro da Royal Society.
Em 1680 publicou a tragédia “Aspar”, cuja representação foi um fracasso de crítica e público. Escreveu poemas, óperas e tragédias. Autor de várias obras, destaque, no entanto, deve ser dado a “Nouveaux dialogues des morts” (Novos diálogos dos mortos), 1683-1684; “Entretiens sur la pluralité des mondes” (Diálogos sobre a pluralidade dos mundos), 1686; “Histoire des oracles” (História dos oráculos), 1687. São de sua autoria “Gallant Letters”, 1683, com edição expandida em 1685; “Relation de l’île de Bornéo”, 1686; “Micromégas”, 1752; “De l’origine des fables”, 1724; dentre outros.
Sofre influência e adota para si a filosofia de Descartes, em particular quanto a física e a astronomia, preferindo-a no lugar da de Newton. Se aproxima do Empirismo e de uma teoria do conhecimento fundada nos sentidos. Na questão dos universais, assume uma atitude Nominalista.
Assume uma posição contrária a todas as religiões positivas, mas não uma atitude de ateísmo, pois, admite a existência de um Deus criador, a semelhança de um grande arquiteto do universo que tem o poder de tudo ordenar. Mais próximo do deísmo, e contrário as religiões positivas e também do ateísmo.
No ensaio “Histoire des oracles”, questiona as crenças e superstições, analisa a história dos oráculos e põe em dúvida se haveriam realmente aspectos sobrenaturais. Faz uma análise dos comportamentos humanos irracionais baseados meramente na crença e critica o cristianismo por meio de suas reflexões sobre o tema.
Em “De l'origine des fables” Fontenelle faz uma comparação entre as fábulas, mitos, dos gregos antigos com os nativos americanos, chegando a conclusão de que haveria uma predisposição universal dos humanos para a criação dos mitos. Ele entende os mitos como algo absurdo, mas argumenta que os mesmos teriam surgido em sociedades primitivas.
Em sua “Digressão sobre os antigos e modernos”, de 1688, Fontenelle defende a tese de que a questão em pauta deve incluir o progresso da humanidade no decorrer do tempo histórico e a consequente acumulação de conhecimento, bem como a organização e disseminação do conhecimento científico, de modo que, defende a superioridade dos modernos sobre os antigos.
Em seus trabalhos contrapõe explicações fundadas nas leis naturais e em discussões filosóficas e teológicas, com, na época, os dogmas da fé cristã. Também faz divulgação dos trabalhos de pesquisa científica então presentes, tornando-os em uma linguagem mais acessível ao leitor em geral.
Fontenelle atuou de modo a poder transmitir as mais distintas ideias provindas da ciência e da filosofia de seu tempo para a grande maioria das pessoas, tornando a linguagem científica e erudita bem mais compreensível, de modo a melhor divulgar tais ideias. Isto resultou na maior popularidade da filosofia e das ciências na França por parte das pessoas em sociedade e também estimulou vocações. O papel exercido por Fontenelle de divulgador das ideias de seu tempo, tornou as mesmas mais acessíveis para não cientistas e não filósofos, para amadores nestas artes e para o público em geral.
Silvério da Costa Oliveira.
Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
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