Professor Doutor Silvério

Blog: "Comportamento Crítico"

Professor Doutor Silvério

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)

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1- Site: www.doutorsilverio.com

2- Blog 1 “Ser Escritor”: http://www.doutorsilverio.blogspot.com.br

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5- Blog 4 “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

https://livroograndesegredo.blogspot.com/

6- Perfil no Face Book “Silvério Oliveira”: https://www.facebook.com/silverio.oliveira.10?ref=tn_tnmn

7- Página no Face Book “Dr. Silvério”: https://www.facebook.com/drsilveriodacostaoliveira

8- Página no Face Book “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

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9- Página de compra dos livros de Silvério: http://www.clubedeautores.com.br/authors/82973

10- Página no You Tube: http://www.youtube.com/user/drsilverio

11- Currículo na plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8416787875430721

12- Email: doutorsilveriooliveira@gmail.com


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terça-feira, 20 de agosto de 2024

O filósofo brasileiro Mário Ferreira dos Santos

 

Por: Silvério da Costa Oliveira.

 

Mario Ferreira dos Santos

 

Mario Ferreira dos Santos (1907-1968), nasce na cidade de Tietê, em São Paulo, e falece aos 61 anos na cidade de São Paulo, ambas no Brasil. Autodidata, atuou como tradutor, escritor, ensaísta e filósofo. Licenciou-se em Direito e Ciências Sociais pela Universidade de Porto Alegre. Visando a publicação e divulgação de suas próprias obras, na cidade de São Paulo fundou as editoras Logos e Matese. Cabe destaque a publicação em 45 volumes de “Enciclopédia de Ciências Filosóficas e Sociais”. Politicamente se engaja no que podemos chamar de anarquismo cristão. Foi membro ativo do “Centro de Cultura Social” – CCS-SP, localizado em São Paulo, que reunia um grupo de defensores do anarquismo. Defende um socialismo não autoritário (socialismo libertário), baseando-se nas ideias de Proudhon. Desenvolveu uma linha independente de filosofia. O seu modo característico de filosofia é conhecido como “Filosofia Concreta”, título de um de seus livros publicado em 1957. Sua obra filosófica teve forte impacto, em particular na década de 1960, exercendo influência em vários campos do saber, tais como: teoria social, psicologia, teologia, religiões comparadas, epistemologia, ontologia, filosofia da matemática, economia, história política, oratória e retórica.


 

Este autor é reconhecido por ter produzido uma ampla obra intelectual, bem como, por ser um genuíno filósofo brasileiro e não somente um professor de filosofia ou de história da filosofia, em verdade, trata-se de um dos principais expoentes da filosofia em nosso país. Tendo desenvolvido sua vida a partir de forte compromisso com a filosofia, sua obra abrange áreas diversas do conhecimento humano, buscando uma síntese original e abrangente, mas que mantenha uma coerência racional.

Podemos encontrar em sua obra elementos trazidos de Pitágoras, Platão e Aristóteles, bem como de Tomás de Aquino com a Escolástica ou, se o preferirem, com uma vertente neo-escolástica (mas presente nos séculos XVI e XVII em Portugal). Percebe-se também a presença de elementos trazidos do existencialismo, do neoplatonismo e da filosofia alemã do século XIX. Também presente encontramos uma visão cristã de mundo, dentro do paradigma Católico Apostólico Romano. Claro que também há um anarquismo libertário socialista e cristão. Em suma, a junção de todos estes fatores, correntes e autores pode de fato assustar, fazendo-nos pensar em alguma forma de incoerência ao unir pontos tão díspares, mas é justamente esta união original, ecumênica e única que faz do pensamento de Mário Ferreira dos Santos algo digno de ser estudado e, deste homem, um filósofo brasileiro.

A obra de Mário Ferreira dos Santos se apresenta como um sistema coerente onde busca uma relevante síntese de quase todos os sistemas filosóficos anteriores, claro que, trata-se de ousada pretensão, ao tentar refundar a filosofia, desta vez sob um fundamento apodítico. Apesar de criativo e filosoficamente interessante, sua obra possui incorreções técnicas básicas no tocante a edição do texto para publicação, que podem desagradar a alguns autores e podem ser responsáveis, conjuntamente com a militância de esquerda, que enaltece seus autores e esconde os que não fazem parte desta militância, de seu esquecimento em décadas recentes na Academia.

Mário Ferreira dos Santos desenvolveu uma filosofia original, baseada no que chamou de Decadialética e na Pentadialética, ferramentas de análise usadas em sua Filosofia Positiva Concreta. Caberia à filosofia construir suas bases a partir de experiências concretas e não somente na pura abstração teórica. A Decadialética atua por meio de dez categorias que visam orientar a análise em busca da resolução de todas as divergências. A Pentadialética tem dentre suas metas a simplificação de enunciados filosóficos por meio de uma estrutura lógica que permita a integração de distintas dialéticas (Platão, Hegel, Marx, Nietzsche).

O termo “Decadialética”, formado pela união entre duas palavras gregas (deka = dez; dialektikê = esclarecer por meio de ideias) mostra-se como um método dialético filosófico, visando ordenar o raciocínio por meio do uso de dez categorias não isoladas entre si, mas em harmônica interação. Deste modo, busca-se um raciocínio prático e não puramente abstrato.

Quando pensamos na “Decadialética” e na “Pentadialética” na obra de Mário Ferreira dos Santos, estamos nos referindo a ferramentas por este autor desenvolvidas para o uso da dialética na filosofia, dentro de sua intenção de proporcionar uma metodologia que fosse original na filosofia, de modo a permitir a integração e aplicação do pensamento dialético de um modo sistemático.

Na Decadialética, temos um total de dez categorias ou princípios que visam orientar a elaboração do processo dialético. Estas dez categorias devem permitir uma análise que seja profunda e abrangente no tocante às contradições e problemas presentes na filosofia, de modo a proporcionar uma sólida base que permita a solução de possíveis divergências dentro da área.

Na Decadialética temos 10 campos (categorias), que são respectivamente: 1- campo do sujeito e do objeto, 2- campo da atualidade e da virtualidade, 3- campo das possibilidades reais (virtualidades) e das possibilidades não-reais, 4- Campo dialético da atualidade e a antinomia entre intensidade e extensidade, 5- Campo das oposições da intensidade e da extensidade nas atualizações, 6- Campo das oposições do sujeito: razão e intuição, 7- Campo das oposições da razão: conhecimento e desconhecimento, 8- Campo das oposições da razão: atualizações e virtualizações (atualizações e virtualizações intuicionais), 9- Campo das oposições da intuição: conhecimento e desconhecimento, 10- Campo do variante e do invariante.

A par com a Decadialética, temos a Pentadialética (grego: penta = cinco). Após apresentar os dez campos antinômicos presentes na Decadialética, pode-se entender o ente em análise por meio de cinco planos, aumentando deste modo os limites possíveis para sua concreção. Os cinco planos são: 1- unidade, 2- totalidade, 3- série, 4- sistema, 5- universo.

Em sua filosofia concreta busca criar uma filosofia sistemática e original, superando o dualismo tradicional na filosofia e ciências que ocorre entre por um lado o abstrato e por outro o concreto. Trata-se de uma proposta para a construção de uma filosofia que seja prática e aplicada, direcionada para a realidade do dia-a-dia. Em seu livro “Filosofia Concreta”, de 1957, trata de questões vinculadas à metafísica, à ética, à lógica, à estética, buscando sempre um sistema de pensamento integrado (unificado).

Dentre os temas abordados em sua vasta obra, temos a busca pela unidade do conhecimento. O autor pensava que a fragmentação do conhecimento em distintas áreas se apresentava prejudicial e deste modo, almejava integrar a ciência com a filosofia, a arte e a religião em um sistema que fosse unificado e coerente. O autor apresenta uma crítica ao materialismo e ao positivismo enquanto correntes de pensamento, pois, segundo seu entendimento, tais correntes ignoravam aspectos essenciais da realidade, tal o caso do espiritual e do metafísico. Em sua obra, dedicou-se ao estudo dos símbolos e da linguagem. Entendia serem estes de vital importância para a correta compreensão da realidade e também da experiência humana. Defensor da educação e do poder transformador da filosofia e da cultura de um povo, buscou traduzir a obra de grandes filósofos, tentando levar as pessoas ao nível da filosofia e não o contrário.

Em suma, Mário Ferreira dos Santos é um filósofo brasileiro que apresentou uma filosofia original que chamou de “Filosofia concreta”, numa ousada construção de uma filosofia genuinamente brasileira, mas que incorpore elementos tradicionais e históricos da filosofia, respondendo às necessidades específicas de nosso contexto cultural brasileiro. Trata-se de obra complexa e também interdisciplinar, refletindo a crença na unidade do conhecimento e na aplicabilidade prática da filosofia. Em verdade, uma contribuição única e deveras significativa para o pensamento nacional, que se propõe pela sua própria existência filosófica a desafiar o leitor, seja este amador ou estudioso, a repensar de forma integrada e prática toda a realidade e também a natureza humana e social, incorporando a noção de liberdade e ética.

 

PRINCIPAIS OBRAS

 

1. Filosofia Concreta, 1957.

Nesta obra o autor desenvolve o conceito de “filosofia concreta”, segundo o qual a filosofia deve ser vivida e aplicada na prática, não devendo ser apenas teorizada. É feita uma crítica ao abstracionismo da filosofia tradicional e proposto um pensamento que seja direcionado para a realidade concreta.

2. Invasão Vertical dos Bárbaros, 1959.

Aqui temos uma análise do processo de decadência cultural e moral presente na civilização ocidental, comparando o mesmo com a invasão dos bárbaros que provocou a queda do Império Romano do Ocidente. Segundo o pensamento do autor, estaria ocorrendo uma invasão vertical, na qual os valores tradicionais e mais elevados passam a ser substituídos por ideologias e outros comportamentos que são inferiores aos primeiros.

3. Tratado de Simbólica, 1959.

Estudo sobre a simbologia, onde se realiza uma análise dos símbolos em várias culturas e religiões no transcorrer da história. O autor aborda como os símbolos funcionam, atuando dentro de uma linguagem universal e transmitindo significados complexos, bem como, exercendo influência sobre o pensamento humano.

4. A Sabedoria das Leis Eternas, 1963.

Investigação sobre as leis universais que regulam a natureza e o espírito humano. Nesta obra o autor busca reconciliar a ciência com a filosofia e a espiritualidade. Apresenta uma proposta na qual as leis eternas são fundamento de toda a realidade e do conhecimento dito verdadeiro.

5. Lógica e Dialética, 1965.

Estudo sobre lógica e dialética no qual são discutidos os princípios e métodos do raciocínio lógico e sua aplicação na dialética. Tentativa de unir a lógica formal com a dialética, visando criar uma nova ferramenta de análise filosófica.

6. Curso de Oratória e retórica, 1960.

A obra é um guia prático para o desenvolvimento da habilidade de oratória. Temos o desenvolvimento de técnicas e a apresentação de conselhos sobre como falar bem e de maneira eficaz em público, proporcionando ênfase na clareza, persuasão e força expressiva.

 

Silvério da Costa Oliveira.

 


 


 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

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