Por: Silvério da Costa Oliveira.
Ambrósio de Milão
Ambrósio de Milão (340-397), ou Aurélio Ambrósio ou Aurelius Ambrosius, nasceu em Augusta dos Tréveros, Gália Bélgica (atual Alemanha) e faleceu em Mediolano (atual Milão), Itália, aos 57 anos de idade. Foi bispo na cidade de Milão, Itália, ocupando o cargo após eleição por aclamação quando contava 34 anos de idade. É santo pela Igreja Católica Apostólica Romana e sua festa litúrgica ocorre em 7 de dezembro. Após o falecimento de seu pai, sua mãe retornou à Roma com Ambrósio, seu irmão e sua irmã, onde Ambrósio pode ter sua educação e formação, deste modo Ambrósio empreendeu, quando jovem, estudos na área jurídica e na oratória, bem como literatura greco-latina. Com sua sólida formação, seguiu o caminho do pai, tornando-se, também, um funcionário do Império e posteriormente administrador de províncias.
Dialogou e exerceu a autoridade dada pela Igreja sobre o poder temporal de três imperadores romanos, afirmando a supremacia do poder da Igreja em assuntos a ela de algum modo vinculados. Também é conhecido por ter sido responsável pela conversão ao cristianismo de Agostinho de Hipona, tendo sido Ambrósio quem batizou Agostinho.
Há algumas passagens históricas interessantes e muito citadas por comentadores quanto a sua vida. A imperatriz Justina, mãe do imperador Valentiniano II, que seguia o credo ariano, determinou no ano de 385 ou 386 que fossem dadas duas Igrejas para servirem de templo aos arianos em Milão, mas Ambrósio se manteve firme na negativa e não cedeu os templos. Em 388 um grupo de cristãos destruiu uma sinagoga na Mesopotâmia e o imperador Teodósio, o grande, ordenou que os cristãos e seus líderes religiosos na cidade pagassem a reconstrução do templo judeu destruído, ao que Ambrósio intercedeu argumentando que cristãos não deviam pagar para que um templo judeu fosse construído, uma vez que estes negavam a Jesus, e deste modo conseguiu a revogação da sentença do imperador. Ambrósio também se opunha ao casamento entre cristãos e judeus. O imperador Valentiniano e sua mãe enviaram Ambrósio como embaixador até Magno Máximo para que este não invadisse a Itália e Ambrósio teve sucesso na empreitada. Em outro momento, a Itália e Milão foram invadidas e Ambrósio não somente permaneceu na cidade, como também mandou derreter a prataria existente na igreja para pagar a soltura de prisioneiros. Ambrósio chegou a excomungar e proibir a entrada na igreja, em Milão, do imperador Teodósio I por este ter ordenado a matança de cerca de sete mil pessoas na cidade de Tessalônica no ano de 390 em punição por uma revolta. Teodósio teve de fazer penitência e admitir sua culpa para ser liberado por Ambrósio. Em 392 Ambrósio intercedeu junto ao imperador Teodósio a favor de Flávio Eugênio e dos que o apoiavam na usurpação do trono do ocidente após a morte do imperador Valentiniano II. Em virtude do papel relevante e atuante que teve Ambrósio, este fez com que os imperadores Graciano, Valentiniano II e Teodósio empreendessem ações contrárias aos nãos cristãos e as antigas religiões vigentes no império, deste modo, aos poucos os cultos a outros deuses e divindades foram proibidos e tornados ilegais, templos foram destruídos e estátuas removidas. Neste tocante, cabe citar os 391 decretos de Teodósio contrários à práticas religiosas não cristãs, ou mesmo a remoção da estátua e do altar da deusa Vitória do senado romano por ordem do imperador Graciano.
Combateu o arianismo e outras heresias de seu tempo. Sofreu influência filosófica do estoicismo, e também de Orígenes, Basílio e outros padres gregos. Faz uma leitura tanto literal como alegórica do Antigo Testamento e cabe mencionar que Ambrósio aceita o credo de Nicéia. Defensor da santidade e virgindade de Maria, não somente quando da concepção, mas mesmo após o nascimento de Jesus, deste modo teríamos a virgindade perpétua de Maria. Com relação a isto, também há de defender o estado de virgindade como superior ao casamento.
Silvério da Costa Oliveira.
Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
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