Professor Doutor Silvério

Blog: "Comportamento Crítico"

Professor Doutor Silvério

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)

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2- Blog 1 “Ser Escritor”: http://www.doutorsilverio.blogspot.com.br

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5- Blog 4 “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

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7- Página no Face Book “Dr. Silvério”: https://www.facebook.com/drsilveriodacostaoliveira

8- Página no Face Book “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

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9- Página de compra dos livros de Silvério: http://www.clubedeautores.com.br/authors/82973

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terça-feira, 17 de outubro de 2023

O politicamente correto e a manipulação das massas

 

Por: Silvério da Costa Oliveira.

 

Politicamente correto

 

O termo “politicamente correto” encontra-se no centro de um debate entre de um lado conservadores e de outro progressistas. Ocorre um verdadeiro embate político entre direita e esquerda ao redor do “politicamente correto”.

Já no século XVIII, nos EUA, encontramos menção ao termo “politicamente correto”, mas não com o atual significado. Na primeira metade do século XX o termo foi empregado para descrever o comportamento de militantes comunistas que seguiam à risca a doutrina emanada por Moscou. Com o atual sentido dado, no entanto, o termo começou a ser usado na década de 60 do século XX a par com os movimentos de “direitos civis”, a expressão se tornou comum e foi aos poucos ganhando força política a partir do final da década de 80 do século XX e é usada para descrever um comportamento de evitação de dizer ou fazer certas coisas, utilizar certas expressões, ou ter atitudes políticas ou desenvolver ações, que possam de algum modo ofender, excluir ou marginalizar certos grupos sociais. Geralmente tais grupos são tidos como as ditas minorias por não possuírem o mesmo status de poder que outros grupos teriam. Aqui normalmente se refere a gênero, orientação sexual, raça, ou alguma particularidade que a pessoa possa ter.


 

No Brasil convencionou-se chamar a este comportamento de “mimimi” ou “mimizento” fazendo referência a choradeira de algumas pessoas e grupos altamente melindrados que se ofendem com qualquer coisa, assumindo constantemente o papel de vítimas diante de seus algozes. Já nos EUA o termo adotado, numa tradução direta para o português, é “flocos de neve”, numa referência a fragilidade emocional destas pessoas diante da realidade da vida.

É nos meios educacionais (escola, universidades), políticos, e mesmo dentre os profissionais de humor, que tal embate se faz mais presente. O profissional que atua produzindo humor, os comediantes por exemplo, são altamente prejudicados e cerceados no seu trabalho, pois, praticamente tudo que possa ser motivo de humor, de uma brincadeira ou piada, acaba esbarrando no “politicamente correto”, sendo considerado ofensivo para determinados grupos sociais minoritários. Mas cabe justamente ao profissional do humor atuar de modo a explorar e expor os tabus sociais, questionar a moral, a ética e os ditos bons costumes sociais.

Nas empresas também se faz presente a exigência do “politicamente correto”, sob pena de serem prejudicadas financeiramente, seja pela intervenção oficial do Estado ou por campanhas de boicote, onde as mesmas são censuradas ou canceladas. Deste modo, busca-se um comportamento por parte destas empresas que valorize políticas e iniciativas de desenvolvimento sustentável, que sigam padrões sociais e ecológicos, bem como, que não apoiem pessoas ou instituições ou movimentos contrários a certas bandeiras políticas.

O termo pode ser usado para defender comportamentos e bandeiras da esquerda política, buscando uma mudança e transformação social entendida como progresso e evolução, ou, pode ser usado pela direita política para fazer referência a políticas e atitudes consideradas excessivas, desnecessárias e infantis para tratar com as pessoas em sociedade, estando vinculado ao comportamento de auto vitimização.

Quem defende o uso do “politicamente correto” o faz pensando ser uma defesa de grupos minoritários, buscando-se atingir uma linguagem neutra que evite ofender ou descriminalizar, acusando quem não faça uso do “politicamente” correto de atuar a favor do racismo, do sexismo, do machismo, da homofobia e outros mais.

Visando denunciar o patrulhamento ideológico da esquerda por meio do “politicamente correto”, bem como do cerceamento de liberdades individuais e da criação de uma narrativa própria e alternativa para a história, conservadores de direita passaram a usar o termo “politicamente incorreto” visando oferecer uma crítica e denúncia a prática e uso do “politicamente correto”.

Há quem trace paralelos com o livro “1984” de George Orwell, no qual a língua adotada oficialmente retira palavras de circulação e modifica o significado de outras. Também se tornou comum por parte de críticos de chamar a este movimento por “ditadura do politicamente correto”.

Para os críticos do “politicamente correto”, este é um instrumento de censura, contrário às liberdades individuais e a liberdade de expressão, busca separar artificialmente um determinado grupo de outro, criando dicotomias sociais e exacerbando o conflito e a segmentação social. O termo e sua aplicação nada teria a ver com a defesa da democracia ou dos direitos civis, trata-se na verdade de um discurso, uma narrativa sem fundamentação na realidade, é o uso de artifícios retóricos em prol de determinadas bandeiras políticas defendidas pela esquerda em sua busca pelo poder. Teríamos aqui uma bem sucedida tentativa de controlar os meios de informação e a grande mídia, bem como, controlar o uso da linguagem e as ações exercidas pelas pessoas comuns em sociedade. O efeito mais visível do “politicamente correto” seria sufocar o debate aberto e livre dentro da sociedade e deste modo contribuir para a destruição da democracia a partir de um discurso de defesa da mesma. Trata-se de uma aposta no desenvolvimento radical de uma ou várias condições de conflito social.

Numa observação inocente pode-se acreditar que o “politicamente correto” é uma defesa de grupos minoritários que historicamente exercem o papel de grupos oprimidos diante de grupos ou classes opressoras, no entanto não é bem assim. Menos do que defender vítimas, o “politicamente correto” cria as vítimas em um processo político de vitimização.

As bandeiras de defesa do “politicamente correto” acabam gerando pessoas que se ofendem muito facilmente com o que os outros dizem ou fazem, praticamente se ofendem com quase tudo. Há quem defenda que o “politicamente correto” traga maior tolerância, mas o que ocorre é justamente o oposto, uma total criação de intolerância, exigindo que as demais pessoas se sujeitem a um molde pré-definido socialmente sobre o que seja o certo e o errado para se fazer ou dizer, sob pena de ser mortalmente “cancelado”.

O politicamente correto atua como uma forma de controle social sobre o que as pessoas podem dizer ou fazer. Quando alguém defensor do politicamente correto é questionado por alguém de direita, pode argumentar que tal coisa não existe, que não existe o “politicamente correto”, somente existe educação por parte das pessoas com o trato com outras pessoas, em particular, grupos minoritários. A estratégia de negação também pode incluir denegrir o adversário, chamando-o de fascista, nazista, extrema direita ou questionando sua cultura ou poder social, ou seja, negar, mudar o significado, denegrir a pessoa ou grupo que aponta para a manipulação presente no uso do “politicamente correto”.

A língua usada por um povo está em constante mudança e evolução, mas isto deve ocorrer naturalmente dentro da cultura deste povo e não imposto por supostos detentores de um saber supremo. Existe uma clara diferença entre uma mudança que ocorra de modo espontâneo dentro da cultura de um povo, por meio do consenso entre os falantes, de algo outro, onde grupos de posse de algum instrumento de poder, seja este o poder político, judiciário, ou a instituição escolar (escolas, universidades), decidam e imponham mudanças na forma de falar e nas palavras a serem usadas. Estas mudanças artificiais não tem apoio popular e acabam sendo usados quase que só exclusivamente pela mídia e por ativistas de esquerda. São os ativistas políticos e a imprensa engajada politicamente nas bandeiras da esquerda identitária que condenam palavras de suposta conotação preconceituosa.

Por baixo de medidas políticas progressistas pautadas no “politicamente correto”, muitas vezes encontramos disfarçadas medidas que contém profundo autoritarismo e intolerância. O “politicamente correto” é uma ferramenta usada por determinados grupos políticos ideológicos com fins de censura, constrangimento imposto, destruição de carreiras e reputações, que não beneficia em coisa alguma a sociedade e sim, tende a dificultar o livre exercício do pensamento e suprimir as liberdades individuais, bem como, a liberdade de expressão. Temos que aqui encontramos, também, defensores de leis altamente autoritárias.

 

Silvério da Costa Oliveira.

 


 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

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