Professor Doutor Silvério

Blog: "Comportamento Crítico"

Professor Doutor Silvério

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)

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2- Blog 1 “Ser Escritor”: http://www.doutorsilverio.blogspot.com.br

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5- Blog 4 “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

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8- Página no Face Book “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

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terça-feira, 10 de outubro de 2023

Lyle H. Rossiter: A mente de esquerda enquanto doença mental

Por: Silvério da Costa Oliveira.

 

A mente de esquerda: Doença mental

 

“O grau de irracionalidade do esquerdismo moderno excede muito qualquer mal-entendido que possa ser atribuído à coleta deficiente de dados ou a erros lógicos. De fato, sob um escrutínio cuidadoso, as distorções da habilidade normal de raciocínio presentes no esquerdismo só podem ser compreendidas como sendo produtos de psicopatologias. São tão extravagantes os padrões de pensamento, emoção, comportamento e relacionamento que caracterizam a mente esquerdista, que seus protestos e demandas incansáveis tornam-se compreensíveis somente como desordens da psique. A mente esquerdista moderna, suas percepções distorcidas e sua agenda destrutiva são o produto de personalidades perturbadas.

Lyle H. Rossiter. A mente esquerdista: As causas psicológicas da loucura política". p. 406.

 

O livro "The liberal mind: The psychological causes of political madness" possui uma tradução para a língua portuguesa com o título "A mente esquerdista: As causas psicológicas da loucura política" e foi publicado originalmente no ano de 2006 nos EUA, e em 2016 no Brasil. Possui 413 páginas na versão em inglês e 499 páginas na versão em português. E está dividido em três partes, sendo que as duas primeiras tratam de explicar o desenvolvimento da personalidade humana no decorrer da idade, por meio da teoria de Erik Erikson, e a última aborda a personalidade doentia do militante de esquerda, tanto o militante ocasional, como o fanático. O autor é Lyle Herschel Rossiter, médico psiquiatra norte americano.


 

O termo “liberal” pode variar de acordo com o contexto cultural e político do país, podendo estar associado à esquerda ou à direita política. Com relação ao título norte-americano “liberal mind”, fazendo uma referência ao pensamento liberal, cabe a explicação que dentro da cultura política desenvolvida nos EUA, o termo “liberal” está associado à “esquerda progressista” e não à “direita política”. No Brasil, estes termos tem sentidos e aplicações diferentes. Portanto, por “liberal mind” o autor faz referência a um grupo político que tem como bandeiras o apoio a políticas públicas sociais e progressistas, bem como a maior intervenção do Estado na saúde, educação e bem estar social. Já no Brasil e na Europa o termo “liberal” se mostra associado a posições econômicas mais próximas do livre mercado, e na redução da intervenção do Estado, no que se costuma chamar de liberalismo clássico ou liberalismo econômico, sendo uma postura alinhada à direita política. A tradução para o português acerta no significado dado ao traduzir “liberal mind” não literalmente e sim para “a mentalidade ou mente esquerdista”, apontando para políticas públicas progressistas e pró-intervenção governamental.


 

Segundo o autor, os militantes da esquerda progressista possuem algum transtorno ou doença mental, daí o sub-título “madness”, apontando para a “loucura” presente em tal comportamento político. Segundo o autor, certas características psicológicas podem influenciar as preferências políticas das pessoas. Certos traços de personalidade e tendências psicológicas podem influenciar a forma como as pessoas percebem o mundo e tomam decisões políticas.

Podemos considerar a forma como o autor utiliza os termos "madness" (loucura) ou "psychological madness" (loucura psicológica) como metáforas para enfatizar sua visão sobre as características psicológicas e suas influências nas preferências políticas. Nesse contexto, esses termos são usados de maneira figurativa, não como diagnósticos médicos precisos, mas para comunicar o ponto de vista do autor de forma mais enfática e persuasiva.

A metáfora de "loucura" sugere que, do ponto de vista do autor, certas características psicológicas extremas podem levar a posições políticas que ele considera excessivas, irrealistas ou prejudiciais para a sociedade. A escolha desses termos ajuda a destacar a forte discordância do autor com as políticas que ele associa a essas características.

Rossiter parte da premissa de que as preferências políticas podem ser influenciadas por fatores psicológicos. Ele argumenta que nossas percepções e decisões políticas podem ser moldadas por nossa personalidade, emoções e necessidades psicológicas. Ele utiliza essa abordagem para explorar por que as pessoas são atraídas por posições políticas específicas.

O livro explora as bases psicológicas e teorias sobre o pensamento político da esquerda progressista e argumenta que certas características psicológicas podem influenciar as preferências políticas das pessoas. O livro tem como temática central buscar analisar as reais motivações psicológicas presentes no comportamento e pensamento político adotado pelas pessoas e movimentos de esquerda.

O autor entende que a psicologia desempenha um papel fundamental na formação das nossas posições políticas. Ele argumenta que certas características psicológicas podem influenciar a maneira como vemos o mundo e como escolhemos nossas preferências e inclinações políticas. O livro deste autor busca analisar as bases psicológicas e sociais presentes no comportamento demonstrado pelo militante da esquerda progressista.

O autor divide os adeptos das bandeiras de esquerda em dois tipos, os benignos e os radicais. Por benignos, o autor entende aqueles que são moderados, mas que pelo seu comportamento e votos nas eleições tendem a dar suporte a agenda dos esquerdistas radicais. Por esquerdistas radicais o autor entende aqueles adeptos do movimento que apresentam um comportamento que tende a causar dano aos demais indivíduos na medida da implementação de suas agendas políticas.

Uma criança ao se tornar um adulto saudável, deve desenvolver algumas competências, tais como a sua individualidade, a racionalidade, a autoconfiança, saber atuar em cooperação voluntária com outros, ter um comportamento moral realístico, apresentar um comportamento altruístico. Quando os indivíduos desenvolvem em suas respectivas famílias estes valores, torna-se possível o desenvolvimento de uma sociedade que seja capaz de manter as liberdades individuais e a estabilidade social.

As pessoas são livres e racionalmente capazes de fazerem escolhas em suas vidas e assumirem as responsabilidades por tais escolhas. Algumas pessoas tem medo da liberdade justamente por não quererem assumir as responsabilidades por suas próprias escolhas. Segundo o autor, o ser humano tem uma natureza bipolar, pois, há um só tempo ele é autônomo em suas decisões e ações, e, no entanto, precisa conviver e se relacionar com outras pessoas. O ser humano busca a liberdade, mas também a ordem.

A habilidade de cooperar com outros deve ser aprendida e desenvolvida no seio da família na qual foi criada a criança que um dia se tornará um adulto. A busca pela sua própria felicidade também é uma responsabilidade sua e não do Estado, em uma sociedade realmente livre. Indivíduos adultos que não desenvolveram as habilidades necessárias para viver de modo pleno em sociedade ou aqueles que conseguiram se desenvolver totalmente, o fizeram no transcurso de sua infância, no ambiente familiar, pelos exemplos de comportamento ali vivenciados e aprendidos.

Governos grandes  (inchados e centralizadores, com uma excessiva e enorme burocracia presente em tudo) atuam de modo coercitivo na vida de seus concidadãos, regulando excessivamente a vida das pessoas e retirando delas a autonomia e liberdade de escolha individual. As pessoas que acreditam em uma ilusão na qual são vítimas de uma classe opressora, tendem a apoiar um Estado tutelador de suas vidas. Tais pessoas vislumbram o governo como um pai protetor e não como um garantidor de liberdades. Busca-se deste modo uma sociedade totalmente regulada nos moldes de uma sociedade tutelada pelo Estado, de uma sociedade socialista. Isto gera pessoas infantilizadas, que não conseguem amadurecer para as necessárias competências sociais de uma pessoa adulta, tais como a autoconfiança e a responsabilidade pela comunidade local, colocando-as no caminho da servidão e dependência.

Pessoas que precisam que o Estado regule suas vidas têm problemas psicológicos, buscam no Estado a família, um Estado parental, fixando-se em um estágio infantil do desenvolvimento e não amadurecendo para a independência e autonomia de uma pessoa adulta saudável e competente. Um Estado assistencialista e grande tende a desempenhar o papel do pai provedor na mentalidade destas pessoas militantes de esquerda. Quando realmente nos tornamos adultos competentes, buscamos uma vida equilibrada, acreditamos em nossas próprias capacidades, desejamos obter independência e ter controle sobre nossas próprias vidas. Pessoas adultas não querem um governo invasivo que esteja presente em todos os setores de sua vida particular. Já pessoas que não amadureceram para um estágio adulto, que se mantem infantilizadas, buscam obter por meio do governo uma nova família, um pai provedor que lhes ajude a construir e manter suas vidas, uma garantia contra a possibilidade de falharem em seus intentos.

O autor aborda como algumas características psicológicas podem estar presentes em posições políticas específicas, como, por exemplo, uma relação entre a dependência emocional a um desejo de segurança social, ligando-a ao apoio a políticas assistenciais do governo, deste modo aspectos psicológicos individuais se ligam ao comportamento social, no nível político.

Segundo o autor, pessoas que se colocam como militantes de esquerda tendem a apresentar algumas características psicológicas básicas, ou seja, alguns traços psicológicos presentes em algumas pessoas podem estar associados a determinadas posições políticas defendidas por alguns grupos. Este grupo se faz presente na militância mais radical da esquerda política progressista na defesa de suas bandeiras. Tais características de personalidade podem levar a pessoa a apoiar políticas onde haja maior intervenção do governo na economia e na vida diária das pessoas, bem como, redistribuição de recursos visando promover uma igualdade social.

O autor destaca quatro características psicológicas que ele vê como correlacionadas com as posições políticas das pessoas vinculadas a esquerda progressista. Ele argumenta que essas características influenciam a maneira como as pessoas percebem a política e moldam suas preferências por políticas mais intervencionistas e igualitárias. Temos, portanto, que um determinado grupo social é regido por 1- dependência emocional, 2- necessidade de aprovação, 3- baixa autoestima e 4- desejo de igualdade extrema.

Neste caso, os seguintes traços psicológicos podem fazer par com as seguintes posições políticas:

 

   Traços Psicológicos                        Posições Políticas

 

   Dependência emocional                    Defensor de intervenção governamental

   Necessidade de aprovação                Busca por igualdade social

   Baixa autoestima                               Apoio a políticas redistributivas

   Desejo de igualdade extrema            Preocupação com desigualdades

 

O autor enfatiza a dependência emocional como um traço que pode direcionar as pessoas para posições políticas que favorecem maior intervenção governamental. A busca por apoio e aprovação pode influenciar indivíduos a buscar políticas que ofereçam segurança e suporte, mesmo que isso envolva uma maior regulamentação estatal. A dependência emocional pode levar as pessoas a buscar apoio e proteção do Estado para sanar sua necessidade de segurança.

A necessidade de aprovação pelo grupo, de ser aceito por outros, pode direcionar as pessoas a adotar posições políticas que são socialmente aceitas e valorizadas dentro do grupo social do qual participa, isto pode favorecer a pessoa a apoiar políticas públicas que visem promover a igualdade e a justiça social.

Também a baixa autoestima pode atuar de modo a favorecer o apoio a políticas públicas que visem reduzir artificialmente desigualdades sociais. Isto pode ser fruto de um raciocínio no qual uma sociedade mais igualitária possa beneficiar a todos, incluindo a própria pessoa que defende esta tese.

O desejo de obter uma igualdade extrema também pode estar atuando no sentido destas pessoas apoiarem políticas de redistribuição de recursos, buscando a equidade, nivelando as disparidades socioeconômicas de um modo artificial por meio da intervenção do Estado.

O autor avalia as competências necessárias para se viver em uma sociedade livre, tomando como base os EUA, não seria producente aplicar suas conclusões a uma sociedade totalitária, onde não haja liberdade. É preciso que as pessoas adultas aprendam a agir com um propósito, obtenham autonomia e independência em suas vidas, saibam exercer a soberania de viver pelas decisões tomadas por si próprios em relação ao direcionamento de suas vidas.

Um militante esquerdista radical se comporta de modo irracional, apresentando raiva e desonestidade. Buscam ignorar o direito de propriedade e as liberdades individuais, atuam como se as pessoas comuns não tivessem capacidade de colaborar para suprir as necessidades decorrentes de uma vida em sociedade, tais como a educação, a saúde, a alimentação, os cuidados com os pobres e com os idosos da comunidade. Entende o autor que as pessoas estão melhor capacitadas do que o governo para cuidar de seus semelhantes, cuidando melhor e de modo mais ágil que o governo burocrático, fazendo os recursos chegar a quem de direito, sem desvios pelo caminho ou a morosidade do Estado.

Apesar dos problemas de personalidade e comportamento apresentados pelos militantes radicais de esquerda, esta agenda continua influente nos dias atuais em virtude de a mesma apelar para necessidades infantis e regressivas das pessoas. A ideologia de esquerda oferece um leque de bandeiras que podem soar de modo tentador, tais como: manter cuidados paternais por parte do Estado para com seus cidadãos, do mesmo modo que a família para com seus filhos; oferecer suposta gratuidade em alguns benefícios; ser mais tolerante com a permissividade sexual; ter uma atitude benevolente para com criminosos que praticaram diversos crimes, inclusive violentos; atuar no lugar das pessoas comuns ofertando serviços de caridade a quem deles precisar. No fundo, um governo de esquerda ou mesmo a militância de esquerda, tende a subestimar os custos e superestimar os benefícios, apostando na desinformação e ignorância humanas para chegarem e se manterem no poder.

Cabe ao humano adulto aprender e desenvolver algumas competências, sendo capaz no decorrer de sua vida adulta em sociedade de: Escolher entre alternativas; fazer as coisas acontecerem; agir com propósitos; agir com independência; decidir o que é bom ou ruim para si mesmo; tomar conta de sua própria vida. A ideologia coletivista e as bandeiras defendidas pela esquerda política tendem a ir na contramão destas competências adultas, gerando a infantilização das pessoas.

Segundo o pensamento do autor, ao reconhecer a influência das características psicológicas presentes, é possível obter uma compreensão melhor e mais profunda de por que as pessoas se identificam com certas posições políticas e como isso pode afetar toda a dinâmica política presente na nossa sociedade. Esta abordagem vai em oposição a abordagem convencional na qual as preferências políticas externadas por uma pessoa ou grupo social seriam baseadas nas crenças em determinadas ideologias políticas ou na manutenção de interesses econômicos. A presença do fator psicológico ajuda a explicar a permanência de determinadas crenças políticas, mesmo que aparentemente não racionais e contrárias ao senso comum. Deste modo, o autor busca em seu livro explicar como algumas características psicológicas podem ajudar a explicar como certas preferências políticas são desenvolvidas e defendidas por algumas pessoas, quais as motivações que levam as pessoas a tal comportamento, quais os fatores comportamentais e emocionais ali presentes.

 

Silvério da Costa Oliveira.

 




 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

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