Por: Silvério da Costa Oliveira.
Inácio de Antioquia
Inácio de Antioquia (35-108), não há uma concordância por parte dos comentaristas com relação a real data de sua morte, variando, portanto, o ano da mesma entre o ano 100 e 108. Atuou como bispo em Antioquia e foi discípulo do apóstolo João, tendo tido também contato com o apóstolo Paulo, tendo sucedido o apóstolo Pedro a frente da igreja de Antioquia, na Síria (Se, de acordo com a tradição da Igreja, Pedro foi o primeiro bispo desta cidade, Evodio o segundo, Inácio seria o terceiro, mas, já para alguns, foi o segundo). Foi preso por ordem do imperador romano Trajano, durante a perseguição aos cristãos ocorrida entre 98-117 e condenado a morte no coliseu, em Roma, por meio de leões. Nesta época não havia por parte do Imperador Trajano o interesse em uma perseguição explícita aos cristãos, estava ele mais interessado em construir e reconstruir seu império, no entanto, qualquer um que fosse acusado seria julgado, podendo ser condenado e este foi o caso de Trajano. Os cristãos, nesta época, eram pelos romanos considerados ateus, por negarem os deuses de Roma. Desta forma, Inácio é considerado pela Igreja como tendo sido bispo e mártir, bem como santo.
Entende-se que Inácio foi o primeiro a usar a expressão “Igreja Católica”, aqui, católica significa “universal”. Sua obra escrita é constituída por uma coleção de cartas (oficialmente são consideradas sete cartas, escritas durante sua prisão e viagem a Roma para ser morto. Há quem entenda que possam existir outras cartas), nas quais enfatiza a necessidade de preservar a unidade da Igreja, bem como é interpretado pela Igreja Católica Apostólica Romana que ali, nas cartas, temos a supremacia da Igreja de Roma sobre toda a cristandade, mas há quem questione isto, afirmando que cada bispo, incluso o de Roma, exerce poder somente em sua área e não em toda a Igreja. Entende a Jesus como o pensamento de Deus Pai, sendo gerado e não criado. Defende a existência da Santíssima Trindade, onde temos Deus, um único ser, dividido em três: Pai, Filho e Espírito Santo. Também defende a transubstanciação do corpo e sangue de Jesus na eucaristia, no pão e vinho. Também afirma que se deva trocar o sábado pelo domingo como dia a ser guardar em nome do Senhor. O pensamento de Inácio pode ser considerado um dos responsáveis pelo afastamento da antiga tradição judaica e a ruptura e separação do cristianismo, agora como uma religião independente do judaísmo e da lei judaica contida no Torá.
Em vários pontos a interpretação dada as sete cartas deixadas por Inácio, pela Igreja Católica Apostólica Romana, vem a defender dogmas e normativas adotadas pela Igreja e tais interpretações são questionadas como sendo errôneas e falsas por adeptos de outras correntes cristãs. As cartas estão disponíveis para serem lidas pelo leitor que assim se interessar e desta forma tirar suas próprias conclusões sobre o que ali está escrito e seu real sentido e significado dentro do contexto onde se encontram.
Quando estava para cumprir sua pena e desejando evitar que cristãos influentes intervissem a seu favor, formulou a seguinte frase:
“Deixai-me ser a comida das feras, pelas quais me será dado desfrutar a Deus. Eu sou o trigo de Deus, é preciso que ele seja triturado pelos dentes das feras, para tornar-se pão puro de Cristo”.
A Igreja Católica Apostólica Romana celebra festa em sua homenagem todo dia 17 de outubro, considerado o dia de seu suplício.
Silvério da Costa Oliveira.
Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
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