Por: Silvério da Costa Oliveira.
Geert Geertsz (Gerardo filho de Gerardo)
Gerrit Gerritszoon
Herasmus Gerritszoon
Erasmo de Roterdã (português, Brasil)
Erasmo de Roterdão (português, Portugal)
Desiderius Erasmus Roterodamus (latim)
Erasmo de Rotterdam
Desidério Erasmo de Rotterdam (1466-1536). Nasce em 28 de outubro de 1466 em Roterdã, Países Baixos, Burgúndios e falece em 12 de julho de 1536 na Basileia, antiga Confederação Helvética, então com 69 anos de idade. Escritor, teólogo, filósofo e humanista neerlandês (holandês, nascido nos países baixos). Cursou o Seminário dos Monges Agostinianos, tendo realizado os votos monásticos quando dos seus 25 anos de idade, consagrado sacerdote em 1492 e, posteriormente, dispensado de seus votos monásticos em 1517. Em 1506 obteve o título de Doutor em Teologia, em Turim, Itália. Viajou por vários países da Europa. Estudou e atuou como professor em algumas prestigiosas universidades. Esteve como aluno na universidade de Paris e Oxford e professor em Cambridge.
Erasmo criou uma história visando adaptar com algumas mudanças e suavizar historicamente a verdadeira história de seu nascimento, de modo que, portanto, tentou encobrir a sua origem. O que sabemos sobre sua infância é de fato muito pouco, mas há um consenso entre os comentadores de que seus pais não eram legitimamente casados. Seu pai, de nome Gerard, era padre e pároco da Igreja Católica em Gouda, logo, não podia se casar ou manter relações sexuais em virtude de seus votos, mas era algo comum na época que religiosos ignorassem tais votos e se relacionassem abertamente com mulheres, inclusive tendo filhos e família, mesmo que não oficial. Sua mãe, de nome Margaretha Rogers, filha de médico, talvez fosse a governanta de Gerard, não se sabe com certeza. O que se sabe é que Gerard, padre católico, teve uma relação com Margaretha da qual Erasmo é o segundo filho. Seus pais viveram juntos e cuidaram de seus filhos, formando uma família, até a morte precoce de ambos em virtude da peste negra, no ano de 1483.
Erasmo conhecia bem a língua grega e o latim, dando preferência por escrever em latim e depois estimular que traduzissem seus textos por todos os idiomas. Erasmo ficou conhecido pelas muitas traduções de obras clássicas que fez, vertendo-as para o latim. Pode, no transcorrer de sua vida, obter seu sustento por meio de seus livros, suas obras e traduções.
No ano de 1516 publicou uma versão do Novo Testamento, em grego e latim. O texto era dividido em duas colunas, uma em grego e a outra em latim. A obra também dispunha muitas notas comentando e explicando o texto. Esta obra depois foi usada como base pelos reformadores para a tradução do Novo Testamento para suas línguas nativas.
Dentre suas principais obras, podemos citar: “Adágios” (1500), “Manual (ou adaga) do Cavaleiro Cristão” (1503), “Elogio da Loucura” (Escrito em 1509 e publicado em 1511), “Sobre o método de estudo” (escrito em 1509 e publicado em 1511), “De Copia” (1512), “A educação de um príncipe cristão” (1516), “Colóquios” (1518), “Os Pais Cristãos” (1521), “Colóquios Familiares” (1516-1536), “As Navegações dos Antigos” (1532), “Do Livre Arbítrio” (1524), “Sobre civilidade em crianças” (1530), “Preparação para a Morte” (1533), dentre outras.
Na filosofia cabe destaque seu posicionamento na questão quanto ao livre arbítrio, pois, enquanto os reformadores da religião cristã tendiam a defender a inexistência deste e a total subordinação da liberdade humana aos desígnios de Deus, a defesa de um servo arbítrio, Erasmo se mostrava grande defensor do livre arbítrio.
Erasmo se posiciona contrário à doutrina protestante que nega o livre arbítrio, pois, entende que o humano tem liberdade e que justamente a força da vontade humana se dá por meio desta liberdade. É por meio do livre arbítrio que o humano pode buscar e encontrar a salvação, valendo-se de seus próprios méritos.
Mais perto de Sócrates do que do Aristóteles presente na Escolástica, defende que o objetivo presente na filosofia é conhecer a si próprio e deste modo atingir a sabedoria. Entende, no entanto, que esta sabedoria está ligada a prática de uma vida religiosa cristã e indica como leituras capazes de proporcionar a sabedoria, os evangelhos e também as cartas de Paulo. Também mantinha um posicionamento pacifista, contrário à guerra.
No tocante a religião, adotou para si uma posição reformista moderada, afastada de dogmatismos e tendo presente uma postura liberal e tolerante, pela qual entendia ser possível transformar a Igreja. Defende a tolerância e liberdade de pensamento. Manteve uma postura de oposição ao domínio então exercido pela Igreja Católica sobre a educação, a cultura e a ciência. No transcurso de sua obra criticou a vida monástica, o clero e a Igreja Católica Apostólica Romana.
Erasmo é a sua época um dos principais porta-vozes do movimento humanista. Defendeu e antecipou o fim da predominância da Igreja e religião na educação. A educação, a cultura e a ciência devem seguir seu próprio caminho, livres da tutela da religião. Também defendeu a importância da leitura dos clássicos, bem como, o desenvolvimento de todo potencial humano.
Erasmo foi instado a tomar partido, defendendo uma posição e atacando a outra, no tocante a reforma protestante versus a Igreja Católica, mas não o fez, assumindo uma postura de neutralidade que desagradou a ambas as correntes, havendo por parte de uns a opinião de que se aproximaria de heresia e de outros, de covardia. No entanto, durante toda sua vida foi bem recebido por toda a Europa, frequentando a corte e se relacionando bem com os eruditos e poderosos, nunca foi convocado pela Igreja para justificar as suas ideias e escritos. Somente após sua morte é que a Igreja Católica optou por colocar os seus livros no index das obras proibidas pela Igreja, o “Index librorum prohibitorum”.
Silvério da Costa Oliveira.
Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
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